De repente escuto um grito….
Elis foi tomar banho, e o grito vinha do banheiro…
Outro grito…
Mais um grito….
Então perguntei:
– Precisa de alguma ajuda querida?
– Tem uma barata enorme aqui!!!!
(Humpf… Mulheres… aposto que é uma baratinha. Um filhote de barata, quase uma pulga e, lógico, um baita escândalo…)
Mais um grito… Vou ter que ir lá e ver o que está acontecendo…
– Faz alguma coisa! – ela grita brava.
Abri a porta do banheiro. Enrolada na toalha e agarrada em um tubo de “Bom Ar”, ela pulava e gritava apontando o aerosol para todos os lados…
– Deixa para mim, meu amor… – falei com tom maduro, seguro, de homem da casa..
De repente uma MEGA BARATA aparece…
Dei um passo para trás… (só para impressionar, claro). Ela era muito grande, nossa. A mãe de todas as baratas…
– Não vai fazer nada? – ela gritou de novo
– Vou sim, claro. Se você deixar eu me concentrar. Você fica gritando e me atrapalha. Ela sumiu. Onde ela está agora ?
– Debaixo do tapetinho…
– Tudo bem, vou mexer o tapete e ela sairá correndo, então mato ela. Relaxa.
Me aproximo do tapete lentamente… um silêncio descomunal paira no ar. Mexo o tapete com a ponta do chinelo e então ela aparece e atravessa o banheiro quase que na velocidade da luz..
Elis grita de novo… E de novo, mais alto… Por que as mulheres gritam??
– Não grite ! Assim perco a concentração… esbravejei.
Peguei o bom ar. Agora estou armado. Onde está a barata?
– Debaixo do balcão – ela aponta.
Aciono o “Bom Ar” e ela finalmente saí do banheiro para o corredor, correndo. Elis grita de novo. A barata passa por Elis e vem na minha direção. A porta do banheiro se fecha e ela grita:
– MATA ELA !
Eu, no corredor, com a barata correndo, e de chinelos….
(silêncio profundo)
Barulho estarrecedor de um chinelo.
– Matou??? – ela pergunta.
– Claro! – respondo.
Ela abre a porta. Estou de cabeça erguida, peito pra frente, barriga encolhida, com pose do guerreiro “Conan O Bárbaro”…
Então, espero que ela diga que sou seu herói e ela diz:
– Agora limpa…
(Humpf… mulheres…)