Compositores, pintores, escritores famosos recebem forte influência mediúnica sem se dar conta disso. Muitas vezes constam como autores, quando, na verdade, apenas serviram de instrumento para artistas desencarnados, que continuam bem vivos e atuantes na matéria. Paul McCartney, um dos componentes dos Beatles, contou a origem de um dos maiores sucessos da banda inglesa: Let it Be (Deixe Estar). Quando adolescente, Mc Cartney pedia ajuda a mãe chamada Mary, quando envolvido em algum tipo de encrenca. A resposta tradicional de Mary era “Let it Be”, que tudo vai passar. Adulto, envolvido com problema pessoal, certa noite McCartney dormiu angustiado. De madrugada, ele teve sonho muito nítido com a mãe Mary, que voltou a lhe dizer e acalmar:
– Let it be.
Quando acordou, o Beatle compôs num instante a música que se transformou em sucesso mundial, e a letra menciona o encontro que McCartney teve com a mãe Mary através do sonho. Aliás, o sonho é o modo mais comum que temos para o reencontro com familiares e amigos.
Enrico Caruso até hoje é mencionado como o mais respeitado tenor da Itália e do mundo. O napolitano era o artista mais bem pago de sua época. Caruso impressionava o público com o timbre potente de sua voz e com a forma com que interpretava seus personagens no Teatro Scala, de Milão. Nascido em 1873, Caruso deixou o mundo físico em 1921.
Talvez a canção mais linda do repertório de músicas italianas se chama justamente Caruso. O compositor dela se chama Lucio Dalla, nascido em Bolonha e desencarnado na Suíça, em 2012, aos 68 anos. Há poucos dias, recebi vídeo do amigo Ivan Frey, em que a cantora Lara Fabian, canadense de ascendência italiana, dá interpretação espetacular à música Caruso.
O compositor Lucio Dalla contou como surgiu a belíssima canção. Lucio estava hospedado em luxuoso hotel à beira do Mar Adriático, uma das mais requintadas paisagens italianas. A noite convidava para sono reparador, tendo como pano de fundo o barulho das ondas do mar. O cantor-compositor dormia bom sono, quando, na madrugada, sentiu um toque para levantar. Ouviu, então, ordem para não deixar dúvidas. “Levanta, pega o violão e vamos compor uma música.” Em menos de meia hora a canção estava pronta, letra e música, mas Lucio não sabia que título daria a ela. De manhã, procurou o gerente do hotel, contou a ele o episódio da madrugada, pediu que ouvisse a canção e sugerisse título. O gerente escutou atentamente e, ao final, deu o título “Caruso”. Surpreso, Lucio Dalla perguntou o porquê de Caruso, já que a letra não menciona o inesquecível tenor e ouviu a resposta:
– Porque você está ocupando o apartamento em que Caruso sempre se hospedava quando vinha aqui.
A propósito, o magistrado aposentado Giancarlo Baretta traz seu comentário:
– Essa canção é de uma melodia ímpar. Não há outra explicação para tanta inspiração de Lucio Dalla que não seja a sua comunicação com o incomparável Caruso!