Francisco
Um argentino bonachão, de nome civil Jorge Mario Bergoglio, o Papa Francisco é um causador de instigantes surpresas.
Para muitos sua indicação – embora vaticanistas, desafiando aos segredos da Cúria, digam ter sido o segundo na eleição de Bento XV – não foi surpresa menor que o nome escolhido: Francisco.
Surpreendentes a simplicidade e espontaneidade dos primeiros atos recusando-se a usar a cruz de ouro e carro de luxo, preferindo ir de ônibus. Pessoalmente pagou sua conta no balcão do Hotel e deixou fotografar seu surrado sapato preto, ao invés do usual vermelho.
Jesuíta, próximo de São Francisco de Assis, se coloca distante da pompa, riqueza e dos costumes medievos, sobreviventes na Igreja Católica.
Uma Igreja estreitamente ligada aos humildes e pobres parece nascer.
São Francisco de Assis pregou: “Comece fazendo o que é necessário, depois o que é possível e de repente você estará fazendo o impossível”.
Francisco Candido Xavier disse: “Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um bom começo, qualquer um pode começar agora a fazer um novo fim”.
Papa Francisco poderá fazer um novo fim, a partir do amor ao próximo, da humildade e pobreza. Fazendo o necessário alcançará o impossível.
Está no Vaticano o chefe de uma Igreja com um bilhão e duzentos milhões de seguidores, moldado na visibilidade e simplicidade, jamais na da Igreja da Idade Média, enclausurada e opulenta.
É sua esta frase definitiva: “Se a Igreja permanecer fechada em si, autorreferente, envelhece. Entre uma Igreja que sofre acidentes na rua e a Igreja doente porque é autorreferencial, prefiro a primeira”.
O catolicismo ganhou um Papa pastor!
Pobreza, paz, amor
Sempre tive em São Francisco de Assis, um personagem exemplar.
Em ‘O pobre de Deus’, de Nicos Kazantzakis – versão da sua vida, indubitavelmente um hino sensível e comovente sobre os valores básicos da fé e fraternidade humanas –, o autor narra seus derradeiros instantes:
“Francisco ainda dormia quando Deus iluminou novamente o mundo. O pintassilgo, já acordado, começara a cantar…
Altíssimo Onipotente e Senhor da Infinita Bondade, a Ti louvores, a glória, a honra e todas as bênçãos…
Louvado sejas, Senhor, por todas as criaturas, e especialmente pelo nosso irmão sol, que nos dá o dia e com o que nos iluminas…
Louvado sejas, Senhor, por nossa irmã Lua e pelas estrelas…
Louvado sejas, Senhor, por nosso irmão vento e pelo ar e pelas nuvens e pelo orvalho, bem como por qualquer espécie de vento…
Louvado sejas, Senhor, por nossa irmã água, humilde, amável, pura…
Louvado sejas, Senhor, por nosso irmão fogo, com o qual iluminas a noite e que é belo, robusto e alegre!
Louvado sejas, Senhor, por nossa irmã e mãe terra que nos alimenta e sustém e dá uma infinidade de frutos, flores e árvores.
Louvai e abençoai o Senhor.
Dai-Lhe graças e servi-O com grande submissão”.
Últimas palavras de São Francisco, aos seus seguidores que clamavam novas instruções foram “pobreza, paz, amor…”, logo expirando, norteiam o pontificado de Papa Francisco.
Aniversário
Santo Ângelo completa 140 anos de vida emancipada.
Do município que conheci em 1961, as modificações sócio-politicas-estruturais foram imensas.
Está fulgurante, recuperando-se economicamente, saindo do binômio soja-trigo para a diversificação, passando pela indústria, sem esquecer-se de avançar em produtos e serviços.
Cumpre seu papel com uma população inserida na modernidade, o ensino superior ampliando-se ano a ano e seus pró-homens dando o melhor pelo desenvolvimento coletivo.
À distância, volto minha memória e meu coração à Capital das Missões!
Dilma
Presidenta cumpriu a Constituição nessa questão da proteção e defesa do consumidor. Finalmente o Código será amplamente aplicado.
Há um porém: existem poucos nas cidades do interior. Mesmo na Grande Porto Alegre há cidades sem Procon.
Será necessário municipalizar a fiscalização, beneficiando ao consumidor.
Procons em todas as cidades necessitam ser implantados!
Ainda sobre Dilma, incrível o rapapé que tem de fazer com estranhas figuras da Nação. Deve ser duro elogiar (muitos em público), a antigos desafetos políticos, como Renan e Collor.
Tudo pela governabilidade!
Empacou
Longevidade e renda vão bem no Brasil. Educação, mal.
Esses dados negativos são os principais responsáveis pelo país ter empacado na 85ª posição do IDH, levantado pela ONU.
Corrobora o que é visível: governantes brasileiros continuam tratando de viés esse setor vital!
Baptista
JM enriquece seu elenco de colaboradores com a inserção da coluna de João Baptista. Nome que dispensa comentários valoriza o jornal, referencial de credibilidade desde 15 de junho de 1983!
Ser missioneiro
Mauro Azeredo, rio-pardense, advogado, jornalista, delegado de polícia aposentado, ex-vereador, prefeito, deputado, dá sua opinião:
“Ouvira falar sobre a história das missões, mas tive a felicidade de conhecê-la; ela me ensinou muito, e me fez amá-la pelo calor humano do seu povo. Ela abrigou o nascimento de meus filhos e me abriu as portas para a felicidade.
Cidades encantadoras, místicas, capazes de dar vazão à sensibilidade humana, de terra cor do sangue, de um passado rico traduzido pela opulência e pela luta tenaz dos jesuítas.
Suas ruas tomadas de árvores, substituídas ao longo dos anos, permitiram o surgimento de prédios de todos os tamanhos, facilitando o ir e vir diário das pessoas para o trabalho, para o ensino e para a diversão. Todos com os mesmos direitos e as mesmas obrigações.
Vim profissionalmente e vinte anos de convivência com a população significaram pouco tempo – queria ficar muito mais. Porque as missões tomaram o meu coração e a ela devo ser grato sempre.
A felicidade mora nas missões, e sou missioneiro não pela presença física, mas pelo que a região me ensinou, mostrando o caminho da dignidade e do respeito ao semelhante”.