
De acordo com a titular da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam), delegada Elaine Maria da Silva, nos últimos dez anos foram nove feminicídios, sendo o último em julho de 2019, “em 2020 não tivemos nenhum registro”, afirma ela. Portanto, de um ano para outro, a queda foi de 100% nos números de mortes de mulheres em decorrência do gênero.
No âmbito estadual, de 2019 para 2020, a queda foi de 21,6%. Passou de 97 para 76 registros. O maior número de mortes de mulheres foi em 2018, 116 foram assassinadas.
Para a delegada, essa diminuição é resultado do fortalecimento da rede de proteção à mulher, “essa queda se atribui ao trabalho de todas as instituições que compõem rede de enfrentamento de violência praticada contra a mulher”, reforça.
OCORRÊNCIAS POLICIAIS
Em 2019, a Polícia Civil registrou 1.186 ocorrências e 2020 foram 1.142 – apesar de haver uma pequena redução, a média de casos por mês segue a tendência do ano anterior, de 95 a 98 registros mensais. “Esse número permanece em uma média que se verifica nos últimos anos”, afirma a delegada.
No caso de Inquérito Policial (procedimento investigativo), ainda, ao longo do ano passado, foram remetidos 670 relacionados à violência doméstica e familiar.
SALA DAS MARGARIDAS
A iniciativa de implementação das Salas das Margaridas começou em 2019, em Porto Alegre. A ideia é oferecer um espaço reservado para que a mulher – vítima de violência possa fazer a denúncia.
“É um espaço criado junto as DPPAs para oferecer um atendimento diferenciado para as mulheres vítimas de violência doméstica, proporcionando um ambiente reservado e de acolhimento humanizado”, detalha Elaine.
As salas não ficam especificamente na Delegacia da Mulher, mas nas de Primeiro Atendimento. “Existe um projeto para a instalação de uma Sala das Margaridas na DPPA e, futuramente na Deam”, detalha.
Nas Salas, os atendimentos são feitos pelos próprios policiais no momento do registro da ocorrência.